
Pessoas com diagnóstico de transtornos psiquiátricos têm maior probabilidade de se casar com parceiros que apresentam a mesma condição ou outro tipo de distúrbio mental. A constatação é de um estudo publicado na última quinta-feira (28) na revista Nature Human Behavior.
A pesquisa analisou dados de 14,8 milhões de indivíduos em três países – Taiwan, Dinamarca e Suécia – e abrangeu nove transtornos mentais: esquizofrenia, transtorno bipolar, depressão, ansiedade, TDAH (transtorno do déficit de atenção e hiperatividade), autismo, TOC (transtorno obsessivo-compulsivo), transtorno por uso de substâncias e anorexia nervosa.
Os resultados mostraram que, quando um dos cônjuges possui algum transtorno psiquiátrico, o outro apresenta chances significativamente maiores de ter a mesma condição ou outro diagnóstico relacionado. “O principal resultado é que o padrão se mantém em todos os países, em todas as culturas e, claro, em todas as gerações”, afirmou o pesquisador Chun Chieh Fan, do Instituto Laureate para Pesquisa do Cérebro em Tulsa (EUA), coautor do estudo, em entrevista à Nature.
Embora os cientistas ainda não tenham identificado todos os mecanismos por trás do fenômeno, eles levantam três principais hipóteses. Uma delas é que as pessoas tendem a se sentir atraídas por quem compartilha características semelhantes, o que pode facilitar a compreensão mútua diante do sofrimento. Outra possibilidade é que o convívio em ambientes semelhantes aumente as chances de desenvolver os mesmos transtornos ao longo do tempo.
A descoberta reforça a importância de considerar não apenas o indivíduo, mas também o contexto familiar e conjugal no planejamento de estratégias de prevenção e tratamento em saúde mental.
Reprodução: Rede Social