
Nesta semana foi noticiada um resgate feito pelo Ministério do Trabalho, Ângela Maria da Silva, de 60 anos, passou 47 anos de sua vida em condições de trabalho análogas à escravidão em uma fazenda em Frutal. Ela encontrou refúgio em uma casa em Uberlândia, onde convive com outras trabalhadoras domésticas resgatadas de situações similares.
O caso foi divulgado na última terça-feira (16) pelo programa Profissão Repórter.
Ângela relata ter começado a trabalhar aos 12 anos na propriedade, onde sofreu abusos físicos e emocionais por duas gerações da mesma família.
Em seu resgate, os fiscais encontraram marcas visíveis de violência, incluindo um olho roxo recente, resultado de uma agressão.
Ela descreveu episódios de sufocamento e estrangulamento como parte do padrão de abuso que enfrentou ao longo dos anos.
A denúncia ao Ministério do Trabalho que levou ao resgate de Ângela partiu de vizinhos da propriedade.
De acordo com a determinação da Justiça, a mulher deve receber os salários que nunca foram pagos e uma indenização por todas as formas de abuso e violência sofridas.
“Fui para lá quando eu tinha 12 anos.”
No resgate da Ângela, com marcas visíveis da violência chamaram a atenção dos fiscais.
“Ela estava com o olho roxo.
E depois ela esclareceu que havia sido agredida recentemente por um dos membros da família”, afirma Paulo Gonçalves Velozo, procurador do Trabalho/MG.
“Me batia muito. Muitas vezes me sufocou no sofá, apertou minha garganta.”
Questionada, Ângela destaca qual foi a sensação que sentiu ao saber que estava livre dos seus exploradores.
“Quando me disseram ‘agora você está livre, ninguém vai fazer mais nada com você’, foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida, porque eu sabia que, a partir daquele momento, minha vida iria mudar.”
A denúncia foi feita pelos vizinhos que levou a situação de Ângela para o Ministério do Trabalho.
Os antigos patrões morreram e os advogados da família recorreram e aguardam um novo julgamento. Procurado pela reportagem, o escritório que representa a família não respondeu aos nossos questionamentos. (Fonte: G1)