O assassinato da estudante Melissa Campos, de 14 anos, dentro de uma sala de aula em Uberaba, Minas Gerais, na última quinta-feira (8), reacende discussões urgentes sobre segurança no ambiente escolar, saúde mental entre adolescentes e prevenção da violência entre jovens. A vítima foi atacada, até então informações dão conta de que tenha sido com uma tesoura por um colega de classe, também de 14 anos, durante uma aula no Colégio Livre Aprender, uma instituição privada localizada no bairro Universitário.
O crime brutal, ocorrido em plena atividade escolar, chocou não apenas a comunidade escolar, mas também moradores da cidade e internautas em todo o país. Melissa foi atingida por três golpes de faca e não resistiu aos ferimentos, apesar dos esforços de um professor — estudante de medicina — e da equipe do Samu.
O corpo da adolescente foi velado na noite do mesmo dia na Igreja Presbiteriana de Uberaba, onde o pastor Victor Hermogenes descreveu o sentimento coletivo como de incredulidade e dor profunda. O enterro ocorreu na manhã de sexta-feira (9), sob forte comoção.
Comunidade em luto e
busca por respostas
O colégio suspendeu as aulas por tempo indeterminado e anunciou que está oferecendo apoio psicológico a alunos, professores e funcionários. Em nota, a direção lamentou o ocorrido e se comprometeu a reforçar o suporte à comunidade escolar. A Polícia Civil de Minas Gerais informou que as investigações seguem em andamento. O adolescente suspeito do crime foi apreendido e será ouvido pelas autoridades. A motivação do ataque ainda não foi esclarecida.
Especialistas alertam
para sinais negligenciados
Casos como o de Melissa escancaram falhas estruturais nas políticas de acolhimento e prevenção à violência entre adolescentes. Especialistas em educação e psicologia alertam que sinais de sofrimento emocional ou comportamentos agressivos muitas vezes passam despercebidos em escolas, seja por falta de preparo ou por ausência de recursos adequados. “O que aconteceu é uma tragédia extrema, mas que pode ser entendida como um alerta. Precisamos investir mais em escuta ativa dentro das escolas, capacitação dos profissionais e, principalmente, na promoção de uma cultura de paz”, afirma a psicopedagoga Camila Lopes.
Uma cidade em silêncio
Uberaba amanheceu mais silenciosa nesta sexta-feira. Nas redes sociais, moradores se manifestaram em solidariedade à família de Melissa e clamaram por justiça. Para muitos, o crime representa não apenas uma perda pessoal, mas um sintoma de uma sociedade que ainda falha em proteger suas crianças e adolescentes. Enquanto isso, pais, professores e autoridades tentam entender como uma tragédia tão devastadora foi possível — e o que precisa ser feito para que ela não se repita.
