
O samba perdeu uma de suas maiores referências na noite deste sábado (14). Morreu, aos 88 anos, Bira Presidente, músico, compositor e um dos principais responsáveis por transformar o papel do pandeiro na sonoridade do gênero. A informação foi confirmada pelo Grêmio Recreativo Cacique de Ramos, que lamentou, em nota, a partida do fundador, vítima de complicações decorrentes de um câncer de próstata e do Alzheimer.
Nascido Ubirajara Félix do Nascimento, Bira deixou sua marca na história da música brasileira não apenas como um dos membros fundadores do grupo Fundo de Quintal, mas também como uma das principais lideranças do tradicional bloco Cacique de Ramos, reduto carioca que revelou grandes nomes do samba.
Bira Presidente revolucionou o modo de tocar pandeiro. Sua batida diferenciada, repleta de malandragem e suingue, ajudou a criar a identidade do samba de raiz moderno, influenciando gerações de músicos e percussionistas. Ao lado de companheiros como Almir Guineto, Sereno e Ubirany, Bira foi peça-chave na formação do Fundo de Quintal, grupo que, desde o final da década de 1970, renovou a estética do samba com novas levadas, instrumentos e arranjos.
O músico também é lembrado pela alegria contagiante e pelo carisma, características que fizeram dele uma figura querida tanto no meio artístico quanto entre os fãs. Suas apresentações eram sempre marcadas pelo sorriso largo e pelo inseparável pandeiro nas mãos.
Nas redes sociais, o Cacique de Ramos prestou homenagem ao mestre: "O Grêmio Recreativo Cacique de Ramos lamenta profundamente o falecimento de um de seus maiores baluartes. Bira Presidente deixa um legado eterno para o samba, para o pandeiro e para a cultura popular brasileira."
O velório e as cerimônias de despedida ainda não tiveram detalhes divulgados. Nas rodas de samba e nas lembranças de quem o viu brilhar, Bira Presidente seguirá tocando seu pandeiro, com a mesma energia que o tornou eterno.