
Enquanto municípios do Triângulo Sul, como Frutal, Iturama, São Francisco de Sales e Itapagipe, seguem em fase de preparação para receber as bases do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU 192), o sistema enfrenta uma grave crise em nível estadual, com risco de paralisação em boa parte do território de Minas Gerais.
Segundo denúncia dos dez consórcios de saúde responsáveis pela gestão do serviço em cerca de 800 municípios mineiros, o SAMU pode enfrentar um colapso financeiro já em 2025, com um déficit projetado de R$ 56,8 milhões. A principal causa seria a insuficiência dos repasses por parte do Ministério da Saúde, que, conforme os consórcios, tem arcado com menos de 50% dos custos em alguns casos, com repasses que chegam a apenas 8% do valor previsto.
Diante da situação, os consórcios emitiram um ultimato à União e ao Governo de Minas: ou uma negociação é aberta até o próximo dia 8 de julho, ou haverá paralisação geral dos serviços. A greve pode atingir até 93% das cidades mineiras, colocando em risco o atendimento emergencial à população.
A crise também afeta diretamente os profissionais que atuam no SAMU. Cerca de 2 mil condutores de ambulâncias já sinalizaram insatisfação com as condições de trabalho e os baixos salários, agravados pela sobrecarga gerada pela falta de investimentos.
Questionado sobre o tema durante visita recente a Minas Gerais, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, negou a existência de um piso obrigatório de repasse federal, classificou a denúncia dos consórcios como "mentira", mas afirmou que a situação será apurada.
Enquanto isso, nas cidades do Triângulo Sul, a expectativa pela chegada do SAMU segue em alta. Algumas prefeituras já instalaram placas de identificação nas futuras sedes do serviço, como é o caso de Frutal, Iturama, São Francisco de Sales e Itapagipe. A implantação do SAMU é aguardada como um avanço importante na estrutura de atendimento pré-hospitalar da região, mas a crise em nível estadual gera incertezas sobre a sustentabilidade do sistema.
A reportagem do Jornal da Cidade, aguarda posicionamento oficial do Ministério da Saúde e do Governo de Minas Gerais sobre o assunto.